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II Colóquio Franco-Brasileiro de Estética de Cachoeira: Fronteiras do efêmero na imagem digital

II Colóquio Franco-Brasileiro de Estética de Cachoeira: Fronteiras do efêmero na imagem digital, em 10 de outubro de 2014, realizado em uma colaboração entre a Université Paris 8, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CAHL-Artes Visuais) e a Universidade Federal da Bahia (PPGAV- EBA-Escola de Belas Artes), faz parte das atividade do grupo de pesquisa RETINA.International (Recherches Esthétiques & Théorétiques sur les Images Nouvelles & Anciennes), sob a coordenação do Prof. Dr. François Soulages, da Université Paris 8 e do Institut National d'Histoire de L'Art -Paris, no ciclo de pesquisa “Dialogues Frontieres” (Diálogos de Fronteiras), tendo como sujeito principal o seguinte argumento:


Fronteiras do Efêmero na Imagem Digital
A imagem digital se constitui na lógica do efêmero, do tempo real: dados númericos disponíveis a serem modificados, atualizados. A imagem em tempo real é aquela cujo sentido corresponde a um determinado momento, uma imagem que se constrói ao mesmo tempo que a experiência. O efêmero na cultura digital não se refere somente ao que dura pouco, mas ao que está em constante transformação.

A forte presença que a experiência visual passou a ter nas nossas vidas com as tecnologias digitais se dá em função da hiperprodução de imagens e da possibilidade cada vez maior de visualizar o que antes não se sabia visualizável – do cosmos às imagens do interior do nosso corpo –, a representação de dados brutos (radiotelescópio, ressonância magnética/IRM) na tendência de traduzir tudo em imagens a fim de facilitar a leitura que se tem do mundo.

Em contraste ao desejo de permanência, a forma de se relacionar com a imagem digital se constitui na instantaneidade, na substituição imediata de uma imagem por outra, uma informação por outra. Desde as tradicionais câmeras aos dispositivos móveis de comunicação em rede, estamos a cada momento criando imagens das nossas experiências, na intenção de perpetuar o momento efêmero. Ao oferecer uma grande possibilidade de produção, difusão, manipulação e interação, o digital potencializa a imagem como um importante instrumento de comunicação, de registro cotidiano, de visualização da experiência coletiva e pessoal. A imagem digital se estabelece no diálogo, na ação. Torna-se um processo, um acontecimento, criando identidades e espaços efêmeros nas experiências compartilhadas em ambientes ou comunidades virtuais.

Face ao fluxo incessante de imagens na contemporaneidade, a arte reflete e produz um pensamento baseado nas práticas próprias à cultura digital: a metaformose, a apropriação, a comunicação instântanea, a interatividade, a colaboração em rede e etc. A arte digital, resultante de uma interação, que se realiza sobretudo por meio da imagem como interface, parece cumprir a promessa de uma arte efêmera, baseada na lógica do acontecimento – algo que não pode se repetir, uma vez que se constitui na experiência –, e de uma criação compartilhada, na obra como processo.

Como as imagens digitais criada por artistas, programadores, amadores, podem servir à realização e conceitualização de uma poética e estética contemporânea? Servir a uma estética do efêmero ou da permanência, em uma memória digital que não cessa de se reconfigurar? Quais fronteiras temporais as imagens digitais questionam?


Imagem
Na primeira mesa do colóquio, sob mediação do Prof. Dilson Midlej, a temática central relacionou-se à imagem. A primeira comunicação foi realizada por Alberto Olivieri (UFBA/Ruy Barbosa), seguido por Joaquim Vianna (IHAC-UFBA) abordando em sua comunicação “A experiência flutuante da imagem”. A terceira comunicação de título “O instante da imagem” foi proferida por Tonico Portela (UFRB) e a última comunicação da mesa 1, cujo título é "Muro arcaico, digital e tag", foi realizada por Gary Burgi (Retina Paris 8-Labo AIAC).

Corpo
A segunda mesa trouxe como eixo de discussão o corpo. Sob mediação de Ludmila Britto (UFRB), apresentaram comunicações Cintia Tosta (Retina Paris8-Labo AIAC) com "O efêmero e o corpo: a presença, o presente e o real, longe de ser virtual", Ricardo Biriba (EBA-UFBA) e Amélia Conrado (FACED-UFBA) sobre o espetáculo "Maria Meia Noite", Nadia Vadori-Gauthier (Retina.Paris8-Labo AIAC) e por fim Ivani Santana (IHAC-UFBA) com "O efêmero da Arte em rede: uma nova temporalidade".

Tecnologia
A mesa 3 abordou Tecnologia e foi mediada por Marilei Fiorelli (UFRB). Carolina Fialho (UFRB) realizou a primeira comunicação intitulada “O efêmero e suas implicações estéticas na arquitetura de Eisenman”, seguida por Rita Lima (UFRB) e Luciano Figueiró (UFBA). Por fim, a última comunicação "Um outro efêmero: a imagem de si em tempo real", foi apresentada por Valécia Ribeiro (UFRB) e Cyrille Brissot (IRCAM).









Mais informações: http://iicfb-fronteiras-do-efemero.blogspot.com.br/




I Mostra de Videoarte do Recôncavo da Bahia - [Re]ações : reflexões e relações sobre o corpo-ambiente, o corpo-social e o corpo-autobiográfico

“[...] uma forma de arte cujo substrato é dado pela intersubjetividade
e tem como tema central o estar-juntos, o ‘encontro’ [...]”
Nicolas Borriaud

Em 10 de outubro, no Cine Theatro Cachoeirano, aconteceu a I Mostra de Videoarte do Recôncavo da Bahia - [Re]ações : reflexões e relações sobre o corpo-ambiente, o corpo-social e o corpo-autobiográfico, como parte das atividades do II Colóquio Franco-Brasileiro de Estética de Cachoeira: Fronteiras do Efêmero na Imagem Digital em uma colaboração entre a Université Paris 8, a Universidade Federal do Recôncavo da Bahia (CAHL-Artes Visuais) e a Universidade Federal da Bahia (PPGAV- EBA-Escola de Belas Artes).

Em [Re]ações a videoarte é gerada a partir de ações que emergem do diálogo consigo mesmo e com o mundo, entre o reflexo e a reflexão. A partir de uma experiência constituída de memórias, sentimentos, emoções, pensamentos e preocupações cotidianas cria-se um espaço de encontro, onde a relação com o outro acontece em um processo de criação conjunta de sentido, da vida e da própria arte. Nesse processo, cada imagem corresponde a uma ação do corpo no sentido de encontrar novas formas de habitar o mundo, novos modos de convivência, novas políticas individuais e coletivas, que possibilitem outras maneiras de ver e viver. Nas práticas e experimentações pessoais/sociais, a videoarte se constitui a partir de uma arte relacional que possa contribuir para a liberdade das relações humanas e da própria existência.

A mostra, realizada pelo [Re]Image – Grupo de Pesquisa em Artes Visuais / Laboratório Corpo/Imagem/Convergência: processos poéticos no digital, sob a curadoria e direção artística da Profa. Valécia Ribeiro, reúne os trabalhos dos estudantes no curso de Artes Visuais: Adriano Machado, Alaine Maturino, Aline Brune, Arinaldo Teixeira, Carlos Roberto Pereira, Darlan D’houro, Deisiane Barbosa, Douglas Saturnino, Fabiel Nicassio,  Flávia Pedroso, Geisa Lima, Geisiana Conceicao, Heloisa França, Jamile Araújo, Jamile Menezes, Jéssica Coelho, Jucilene Alves,  Kelvin Marinho, Laila Brito, Leandro Alex Santos, Lilian Ventura, Lucas Alves, Marthius Reis, Miquéias Rezende,  Nerize Portela, Renan  Bozelli, Rosiley Barros,Thais Machado,Yasmin Nogueira.


Valécia Ribeiro
Curadoria e Direção Artística

Realização
[Re]Image | LabCIC

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